16 janeiro 2010

Carnegiella marthae






Nome Popular: Borboleta de Asas Negras, Blackwing hatchefish
Nome Científico: Carnegiella marthae, Myers, 1927
Família: Gasteropelecidae
Origem: América do Sul / Bacias do Rio Negro, Rio Orinoco, Rio Madeira e Amazônia Peruana
Sociabilidade: Cardume
pH: 5.5 a 6.5
Temperatura: 24 - 30ºC
Dureza da água: mole
Tamanho adulto: aproximadamente de 3 a 4cm

Alimentação: Onívora, aceita de tudo, mas se quiser incentivar a reprodução e manter suas borboletas saudáveis e com belas cores é recomendado oferecer alimentos vivos ao menos uma vez na semana. Também é importante acrescentar ração à base de vegetais / algas à sua dieta para oferecer uma maior variedade de nutrientes. Na natureza se alimentam mais de larvas de mosquito, pequenos insetos e crustáceos.

Dimorfismo sexual: Difícil de diferenciar machos e fêmeas quando fora da época de reprodução, durante esta época pode-se observar diminutos ovos brancos dentro do corpo da fêmea que tende a ser ligeiramente maior que o macho.

Comportamento: São peixes cardumeiros e pacíficos, devem ser mantidos com companheiros calmos e de tamanho compatível. É comum observar esporadicamente a ocorrência de disputas por hierarquia, porém são breves e os peixes não chegam a se machucar. Também é frequente o hábito de nadar contra a leve correnteza proporcionada pela saída de água do filtro.

Reprodução: Ovíparo, o aquário deve possuir uma boa quantidade de plantas flutuantes pois é nas raízes das mesmas que a fêmea irá liberar os ovos, elas depositam de 2 a 5 ovos por vez, como não são muito adesivos, pode ser que alguns caiam no substrato. Os ovos eclodem em 30 a 36 horas quando mantidos em temperatura mais alta, após cerca de 5 dias da eclosão os alevinos já consumiram o conteúdo do saco vitelino e começam a nadar livremente.

Não ocorre o cuidado parental entre os peixes desta espécie e os pais devem ser retirados do aquário de reprodução, a partir do momento em que os filhotes apresentam nado livre pode-se dar rações específicas para alevinos de ovíparos e alimentos vivos como náuplios de artêmia e infusórios, conforme os filhotes forem crescendo alimentos vivos maiores podem ser oferecidos. Os filhotes começam a apresentar o formato dos adultos a partir dos 20 dias de vida.

Recomenda-se usar filtro interno de espuma ou então colocar perlon na entrada de água do filtro externo para evitar sugar os filhotes quando em aquários próprios para reprodução.

Tamanho mínimo do aquário: 50 litros.
Outras informações: Por serem de cardume, as borboletas não devem ser mantidas em grupos com menos que 5 indivíduos, quanto maior o cardume, mais natural o seu comportamento que é incrível, formam cardumes e nadam o tempo todo pelo aquário, próximas à superfície, inspecionando cada centímetro do território. Definitivamente são ótimos peixes para aquários biótopos com plantas flutuantes.

Possuem o corpo prateado marcado por diversas estrias negras, as nadadeiras peitorais adquirem uma coloração negra que explica seu nome popular, dependendo do ângulo da luz pode-se observar brilhos iridescentes que variam do verde ao violeta. Uma faixa horizontal dourada se estende da base do opérculo até o pedúnculo caudal.


Nadadeiras peitorais com a mancha negra

Esta espécie costuma receber o nome de "borboleta anã" por causa do tamanho que atinge, seu nome científico "marthae" foi escolhido como homenagem à esposa de G, S, Myers (quem descobriu a espécie em 1927), chamada Martha Ruth Myers - o "ae" de marthae indica o gênero feminino. São encontradas em águas quentes, ácidas, moles, mais calmas e com abundante vegetação flutuante que utilizam como abrigo e local de reprodução.

Devido ao hábito de saltar com frequência deve-se tampar bem o aquário, também é recomendado usar uma ração de granulometria menor ou então que seja esmagada em pedaços menores para caber em sua diminuta boca.

Existem duas populações de C. marthae, a Carnegiella marthae marthae que vive nos rios Negro e Orinoco e a Carnegiella marthae schereri que é oriunda da Amazônia Peruana e Rio Madeira. São exemplares da mesma espécie, mas que por viverem em ambientes distintos e serem expostas a diferentes condições ambientais acabaram exibindo características externas divergentes.

Esta espécie pode ser encontrada nas lojas misturada com exemplares de Carnegiella strigata, no meu caso, encontrei alguns exemplares sendo mantidos no mesmo aquário que a strigata e vendidos como se fossem da mesma espécie. Obviamente possuem aparência diferente, com um padrão de estrias que em nada lembra a outra, mas muitos vendedores não percebem que se trata de espécie diferente e resolvem vender juntas pensando ser apenas um caso de estresse em que não apresentam as cores normais.



Cinthia Emerich

Bibliografia consultada

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