18 abril 2009

Apistogramma cacatuoides

Macho da variedade Triple Red



Nome Popular: Apisto cacatuoides, Apisto cacatua
Nome Científico: Apistogramma cacatuoides, Hoedeman, 1951 

Família: Cichlidae
Origem: América do Sul / ecossistemas lóticos e lênticos do Alto Amazonas (Brasil, Peru e Colômbia)
Sociabilidade: Casal ou sozinho
pH: 6.0 a 7.5
Temperatura: 24 a 28ºC
Dureza da água: mole
Tamanho adulto: 8 a 9cm
Alimentação: Onívora, aceita de tudo, mas se quiser incentivar a reprodução e manter seu apisto saudável e com belas cores é recomendado oferecer alimentos vivos ao menos uma vez na semana, podem ser daphnias, artêmias, enquitréias, larvas de mosquito, etc. Também é recomendado oferecer ração complementar à base de vegetais / algas visando aumentar a variedade da alimentação e ressaltar a coloração azul (quando for o caso).

Dimorfismo sexual: O macho é maior, mais colorido, apresenta a nadadeira ventral maior, pontas das nadadeiras anal, dorsal e caudal finas (esta última apresentando duas pontas), os raios da nadadeira dorsal são maiores e o ventre é retilíneo. Além disso, o macho possui os lábios bem desenvolvidos.



Macho

A fêmea possui coloração amarelada, pontas das nadadeiras anal, dorsal e caudal arredondadas, ventre roliço, é menor que o macho e dependendo da ocasião apresenta uma faixa negra vertical nas nadadeiras ventrais e um único ocelo negro no meio do corpo.


Fêmea

O sexo dos filhotes não é determinado quando eles nascem, a proporção de machos e fêmeas pode variar até o 35º dia de vida, o pH é o principal fator que influencia na quantidade de machos e fêmeas em uma ninhada.


  • A água com pH mais ácido gera mais machos e a água com pH mais alcalino gera mais fêmeas


Comportamento: São peixes territoriais e agressivos com outros da mesma espécie ou formato e coloração parecidos. O casal deve ser sempre mantido em aquário próprio e sem outros peixes, no caso de aquário comunitário é recomendado manter apenas o macho sozinho. Com os outros peixes costumam ser pacíficos.



Macho agressivo, pronto para o ataque


Quem encara?

Reprodução: Tudo começa quando o macho e a fêmea formam casal e escolhem um local para desovar, geralmente este é bem escondido com o casal tendo preferência por troncos, raízes e outros objetos que formem tocas. Eles irão limpar o lugar, cavar, enfim... deixar tudo pronto para a desova. O macho exibirá suas cores ao máximo, apresentará as nadadeiras eriçadas e nadará perto da fêmea apresentando movimentos erráticos, com leves tremores, nadando e parando constantemente.



Macho se exibindo: nadadeiras eriçadas e cores vibrantes

Quando está pronta para desovar, a fêmea apresenta o ovopositor bem visível, cores fortes - amarelo e preto - e a desova ocorre geralmente à noite com uma quantidade de ovos variável, mas normalmente numerosa e de coloração laranja / amarelada. A fêmea deposita os ovos e o macho os fertiliza logo em seguida. A fêmea fica cuidando dos ovos – agitando as nadadeiras para que a água circule por entre eles, retirando os ovos não fecundados ou atacados por fungos – até que eclodam alguns dias depois.

Logo após a eclosão os filhotes ainda ficam no local da desova e vão se alimentando do resto do saco vitelino, alguns dias depois a fêmea começa a trazê-los para fora da “toca”, mas sempre sob seu cuidado atento. 


Alevinos nadando pelo aquário

A partir deste momento podemos iniciar a alimentação dos pequenos: infusórios, nauplios de artêmia, ovos de artêmia sem casca, ração específica para alevinos de ovíparos, etc., conforme os filhotes forem crescendo alimentos vivos maiores podem ser oferecidos.

Durante este período a fêmea fica com coloração amarela bem forte e muito agressiva com o macho, portanto o recomendado é retirá-lo do aquário para evitar o estresse de ambos. Os pequenos ficam agrupados e sempre perto da mãe, aos poucos vão se aventurando pelo aquário e por isso mesmo é bom manter a entrada do filtro (se for o externo) coberta com perlon para evitar acidentes.



Fêmea tomando conta dos filhotes

À partir de 1 mês de idade os filhotes já podem ser separados da mãe, ou então assim que ela começar a dar sinais que não está mais cuidando deles. Por volta dos 6 meses de idade os filhotes já atingem maturidade sexual e podem começar a reproduzir, mas a coloração final do macho leva mais tempo que isso.

Tamanho mínimo do aquário: Para apenas um casal 30 litros, para um aquário comunitário 50 litros.

Outras informações: Existem diferentes variedades de Apistogramma cacatuoides, esta das fotos é a "triple red" por possuir coloração vermelha e mosaico nas nadadeiras dorsal, anal e caudal. Mesmo dentre os peixes desta variedade podem haver colorações um pouco diferentes, algumas mais puxadas para o azul, outras para o amarelo, para o vermelho e por aí vai. 


Além dela existem as variedades "Double Red" com mosaicos e cor vermelha nas nadadeiras dorsal e caudal, "Orange Flash" nadadeiras dorsal, caudal e anal sem mosaicos e cor laranja, "White gold" com o corpo amarelado e até mesmo uma com mosaicos nas nadadeiras ventrais, anal, dorsal e caudal.


Este é um dos apistos mais conhecidos no aquarismo devido ao comportamento e cores exuberantes. Apesar da ampla faixa de pH, apreciam águas mais ácidas. Um aquário ideal para esta espécie deve possuir troncos e folhas, formando esconderijos, substrato fino e fácil de ser cavado (areia ou basalto nº.0), plantas flutuantes para ajudar a criar mais áreas de sombras, temperatura um pouco mais elevada - a partir dos 26ºC - e água bem mole.



Variedade Double Red



Variedade White Gold





Cinthia Emerich

Bibliografia consultada:
ALVES, F. C. M. Reprodução e desenvolvimento larval do "cilídeo-anão amazônico", Apistogramma cacatuoides, HOEDEMAN, 1951 (Perciformes: Cichlidae) em laboratório. Instituto de Pesca: São Paulo, 2007.

3 comentários:

Marcelo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcelo disse...

Obrigado pela ótima referência sobre este peixe maravilhoso.
Marcelo

davi disse...

Obrigado pelas informações
Parabéns