15 abril 2009

Pelvicachromis pulcher



Fêmea em época de desova



Macho


Filhotes com uma semana de vida




Nome popular: Kribensis, Krib
Nome científico: Pelvicachromis pulcher, Boulenger, 1901 
Família: Cichlidae
Origem: África / Rios do Oeste Africano
Sociabilidade: Territorialista com os da mesma espécie e semelhantes, pacífico com os demais.
pH: 6.0 a 8.0
Temperatura: 24 a 28ºC
Dureza da água: Mole
Tamanho adulto: 10 cm
Alimentação: Onívoro, come de tudo, é importante acrescentar alimento vivo à sua dieta pelo menos uma vez por semana, podem ser daphnias, artêmias, enquitréias, larvas de mosquito, etc. Também é recomendado oferecer ração complementar à base de vegetais / algas visando aumentar a variedade da alimentação.

Dimorfismo sexual: O macho costuma ser maior, ter as pontas das nadadeiras dorsal, anal e caudal finas, sendo esta última em forma de flecha, o ventre é mais retilíneo podendo ter coloração rubra ou não – o que vai depender das condições que o macho está passando (disputa por território, acasalamento, cuidando dos filhotes). Mas e se quando você for comprar o seu peixe o macho não for tão grande ou não apresentar todas essas características? Uma dica é reparar na ponta da nadadeira dorsal dele, machos têm - na maioria absoluta das vezes – uma faixa colorida que pega o topo da nadadeira dorsal e vai de fora a fora.

A fêmea é menor e possui o corpo mais arredondado, apresentando – quase sempre – uma mancha central na região ventral. As nadadeiras têm o final arredondado contrariando o formato encontrado em algumas nadadeiras do macho, quando chega a época da reprodução seu ventre aumenta bastante de tamanho, as cores se intensificam e o ovopositor fica bem visível. Novamente, fica uma dica no caso de quando você for comprar seu peixe não encontrar uma fêmea nessas condições (por ser muito nova, estar estressada ou subnutrida): observe a ponta da nadadeira dorsal, fêmeas não costumam apresentar cor no final dessa nadadeira.

Sobre a sexagem existem alguns mitos que se mostraram falsos como: só a fêmea apresentar o ventre rubro, só a fêmea – ou só o macho – apresentar ocelos nas nadadeiras, só a fêmea ter coloração dourada em volta dos olhos, etc.

Comportamento: O kribensis é um ciclídeo bem mais pacífico do que seus outros parentes, menos é claro na época de reprodução onde o casal (a fêmea principalmente) irá defender seus filhotes a qualquer custo. Por isto, casais somente em aquários próprios, nunca em aquários comunitários.

Reprodução: Tudo começa quando o macho e a fêmea formam casal e escolhem um local para desovar, geralmente este é bem escondido com o casal tendo preferência por troncos, raízes e outros objetos que formem tocas. Eles irão limpar o lugar, cavar, enfim... deixar tudo pronto para a desova, em casos de aquários plantados com camada fértil corre-se o risco deles cavarem além da conta e atingirem essa camada.

Quando está pronta para desovar, a fêmea apresenta o ovopositor bem visível e a desova ocorre geralmente à noite com uma quantidade de ovos variável, mas normalmente numerosa e de coloração laranja. A fêmea deposita os ovos e o macho os fertiliza logo em seguida. Tanto o macho quando a fêmea ficam cuidando dos ovos – agitando as nadadeiras para que a água circule por entre eles, retirando os ovos não fecundados ou atacados por fungos – até que eclodam alguns dias depois.

Logo após a eclosão os filhotes ainda ficam no local da desova e vão se alimentando do resto do saco vitelino, alguns dias depois a fêmea começa a trazê-los para fora da “toca”, o macho se mantém junto à fêmea e cuida dos filhotinhos também. A partir deste momento podemos iniciar a alimentação dos pequenos: infusórios, nauplios de artêmia, ovos de artêmia sem casca, ração específica para alevinos de ovíparos, etc.

Os pequenos ficam agrupados e sempre perto da mãe ou do pai, aos poucos vão se aventurando pelo aquário e por isso mesmo é bom manter a entrada do filtro (se for o externo) coberta com perlon para evitar acidentes.

Aos poucos eles passam a se alimentar também da ração dos adultos, uma curiosidade em relação à quantidade de machos e fêmeas em uma ninhada é que esta proporção está ligada ao pH da água: água mais ácida tende a gerar mais machos, águas mais alcalinas mais fêmeas e a água neutra uma igualdade entre os sexos.

Depois de cerca de um mês de vida os filhotinhos já cresceram bastante e os pais começam a se preparar para outra desova, portanto, se você perceber que a fêmea anda mais irritada e com coloração mais forte dando sinais de desova é melhor retirar os filhotes do aquário. Quanto à sexagem dos mesmos, pode ser realizada já com alguns meses de vida, como eles ainda não terão as nadadeiras pontudas (no caso dos machos) nem o ventre muito rubro e redondo (fêmeas) as dicas dadas anteriormente quanto às pontas das nadadeiras dorsais ajudam bastante nesta situação.

Tamanho mínimo do aquário: 40 litros para reprodução, acima de 50 litros para comunitários. Por ser um ciclídeo territorial é recomendado para aquários a partir de 50cm de frente.

Outras informações: Sua faixa de pH também é bem ampla, porém, o mais recomendado é que se mantenha o pH perto de 7,0 tanto para a coloração dos peixes quanto para a proporção de filhotes machos e fêmeas. O substrato do aquário deve ser fácil de ser escavado (como areia), a decoração pode ser feita com troncos ou outros objetos que formem tocas. Durante a época de reprodução é a fêmea quem toma a iniciativa e escolhe o macho, caso possua duas fêmeas e um macho, certamente irá presenciar a disputa entre elas pela atenção dele.



Machinho jovem, com ocelo




Machinho jovem, sem ocelo


Fêmea jovem, sem ocelo




Macho jovem com ocelo e fêmea jovem com dois ocelos ao fundo




Macho adulto, com dourado na região dos olhos e ventre rubro


Cinthia Emerich

Bibliografia consultada:

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