05 dezembro 2010

Corydoras trilineatus





Nome popular: Threestripe corydoras, Leopard Cory
Nome científico: Corydoras trilineatus, Cope, 1872
Família: Callichthyidae
Origem: América do Sul / Bacia central do rio Amazonas, Amazônia Peruana e drenagens costais do Suriname

Sociabilidade: cardume

pH: 5.8 a 7.2

Dureza da água: mole a média
Temperatura: 22ºC a 26ºC
Tamanho adulto: aproximadamente 5 a 6cm

Alimentação: Onívora, aceita de tudo mas se quiser incentivar a reprodução e manter sua coridora saudável dê alimentos vivos pelo menos uma vez por semana, além disso existem rações próprias para peixe de fundo que são muito boas, principalmente as que possuem spirulina em sua formulação.

Dimorfismo Sexual: É mais fácil sexá-las quando as vemos por cima, a fêmea costuma ter o ventre um pouco mais roliço que o do macho, também são um pouco maiores.


Comportamento: São peixes pacíficos, ativos e cardumeiros, podem ser facilmente mantidos em aquários comunitários.

Reprodução: Quando a intenção é reproduzir as coridoras, é melhor manter mais machos do que fêmeas, pelo menos a proporção de 2 machos para cada fêmea. Ofereça bastante alimento vivo para o grupo, quando as fêmeas estiverem visivelmente mais roliças (cheias de ovos) realize uma grande troca de água - cerca de 50% - que esteja levemente mais fria, aumente a vazão da filtragem criando uma leve correnteza e aumentando a oxigenação. Repita o procedimento até que as fêmeas desovem.

A postura é feita sobre uma superfície lisa e plana, como pedras, folhas e até mesmo o vidro do aquário. Após o ritual de acasalamento, macho e fêmea se "abraçam" e um ovo é expelido. A fêmea então utiliza suas nadadeiras ventrais para pegar o ovo e grudá-lo à uma superfície previamente limpa.

Os adultos não cuidam dos filhotes e irão comer os ovos se tiverem a oportunidade, então devem ser separados deles.

Os ovos, por sua vez, são aderentes e eclodirão dentro de 3 a 5 dias, após a eclosão, os alevinos irão consumir o saco vitelino, depois podem ser alimentados com nauplios de artêmia, microvermes, infusórios, ração específica para alevinos de ovíparos. Recomenda-se usar filtro interno de espuma ou então colocar perlon na entrada de água do filtro externo para evitar sugar os filhotes quando em aquários próprios para reprodução.

*Alguns aquaristas costumam usar algumas espécies de camarões para retirar qualquer esporo de fungo que se fixe sobre os ovos saudáveis, neste caso os Red Cherry são os mais utilizados, pois eles comem os ovos afetados e deixam os saudáveis de lado.

Tamanho mínimo do aquário: 50 litros.

Outras Informações: A expressão "armadura" é utilizada incorretamente para explicar o gênero Corydoras, na verdade, Cory = capacete e doras = pele. Corydoras foi escolhido em alusão às duas fileiras de placas ósseas que percorrem as laterais do corpo dos peixes deste gênero, o epíteto específico - trilineatus - foi dado em razão às três linhas distintas, presentes na lateral do corpo destes peixes, sendo 2 claras e uma, central, escura.

A maioria das coridoras vive junto ao substrato, infelizmente, este comportamento frequentemente leva ao erro de serem compradas e/ou vendidas como peixes que se alimentam de restos encontrados pelo aquário e que irão "limpar o fundo" do seu aquário. Ledo engano!

Embora elas se alimentem de pedaços de ração que cheguem ao substrato, não o mantém "limpo". Na verdade, a manutenção do substrato se torna ainda mais importante quando você mantém coridoras no aquário! Elas podem desenvolver sérias infecções nos barbilhões (aqueles filamentos que ficam ao redor da boca) quando mantidas em contato com substratos sujos ou em condições adversas.

Barbilhões

Existe uma grande variedade de rações específicas para peixes de fundo, elas devem ser a base da alimentação das suas coridoras, nada de deixá-las se alimentando apenas de restos!!!

As coridoras apresentam a capacidade de respirar ar atmosférico quando necessário, elas possuem um intestino altamente vascularizado que ajuda na captação deste ar. Esta adaptação permite que elas sobrevivam se o habitat em que vivem se tornar pobre em oxigênio por algum motivo. No aquário você também irá presenciar este fato, elas tomam impulso, nadam até a superfície, engolem uma golfada de ar e voltam para o fundo, mas é uma ação normal do peixe e, desde que ocorra apenas esporadicamente, não significa necessariamente que tenha algo errado com o ambiente, portanto não se preocupe.

Pertencem a um grupo de peixes que no lugar de escamas possuem duas fileiras de placas ósseas que percorrem as laterais do corpo, possuem nadadeiras peitorais com espinhos bem afiados que frequentemente ficam presos às redes quando elas são manipuladas e apresentam raios duros nas nadadeiras peitorais e dorsal que servem como defesa contra predadores. Não são raros os casos em que, ao manter peixes muito grandes junto com coridoras, fiquem presas na boca do predador podendo levá-los à morte ou a infecções terríveis causadas pelos ferimentos.

Close da nadadeira peitoral

Portanto, cuidado com os companheiros de aquário! Nada de deixá-las com peixes que apresentem bocas grandes o suficiente para tentar engolí-las.

O aquário ideal deve possuir um substrato fino que não machuque seus delicados barbilhões nem permita o acúmulo de detritos que possam contribuir para deteriorar a qualidade da água, sendo, neste caso, a areia o mais indicado. Folhas e troncos também são recomendados, a iluminação não deve ser muito forte e, apesar da ampla faixa de pH e GH, preferem águas mais ácidas e moles.

São peixes ditos "de couro" e possuem uma camada muito mais fina (podendo até mesmo estar ausente) de muco epitelial externo, não suportam a presença de sal na água (NaCl), pois ele pode facilmente levá-los à morte por desidratação rapidamente devido à grande diferença osmótica criada, à qual não estão adaptados e não são capazes de enfrentar!!!

Detalhe das três linhas que deram origem ao epíteto específico "trilineatus". 

Estas coridoras podem ser confundidas com as Corydoras julii, mas a C. julii verdadeira não é tão fácil de achar nas lojas. As duas espécies são muito semelhantes, principalmente a olhos desatentos, as principais maneiras de diferenciar as duas (caso não se tenha certeza do local onde foram coletadas) são:

A faixa negra, presente na lateral do corpo, que normalmente é muito mais longa nas C. trilineatus, nas C. julii ela praticamente não passa da metade do corpo, acabando perto do final da nadadeira dorsal, além de não ser tão forte como nas C. trilineatus.

O padrão de manchas que pode ser algo mais complicado, pois as C. julii apresentam diminutos pontos em todo o corpo, já as C. trilineatus tanto podem apresentar um padrão mais reticulado (principalmente na região da cabeça) quanto um padrão de manchas similar ao das C. julii



Cinthia Emerich

Bibliografia consultada:



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