13 outubro 2009

Rivulus apiamici


Macho

Fêmea


Nome Popular: Rivulus apiamici
Nome Científico: Rivulus apiamici, Costa, 1989
Família: Rivulidae
Origem: Brasil / Bacia do Rio Paraná
Sociabilidade: Casal / Trio ou sozinho
pH: 6.0 a 7.0
Temperatura: 22 a 26ºC
Dureza da água: Mole
Tamanho adulto: aproximadamente 5 cm
Alimentação: Na natureza se alimentam de larvas de mosquitos hematófagos, algas filamentosas, copépodes, cladóceros, pequenos insetos. Sendo assim, a base da alimentação deve ser, de preferência, com alimentos vivos (artêmias, daphnias, enquitréias, larvas de mosquitos), também aceitam ração e as a base de spirulina não podem ser deixadas de lado.

Dimorfismo sexual: O macho é maior, mais colorido, apresenta nadadeiras mais compridas, ventre retilíneo, possui pequenos pontos vermelhos nas laterais seguidos por faixas transversais ao longo da cauda. A fêmea é menor, possui o ventre roliço e as cores um pouco mais pálidas, nadadeiras menores e um pequeno ocelo negro na nadadeira caudal.


Comportamento: Pacíficos com outras espécies, podem ser ligeiramente agressivos entre indivíduos da mesma espécie.
Reprodução: O Rivulus apiamici é um killi não-anual, na natureza desovam entre plantas e raízes de flutuantes. As desovas ocorrem normalmente logo cedo pela manhã e no final da tarde, a fêmea pode desovar diariamente de 5 a 10 ovos, a coloração dos ovos é de âmbar bem suave e possuem cerca de 1,5mm, costumam ser bem rígidos e os não fecundados acabam sendo atacados por fungos e se tornam brancos.
Em aquários é comum usar, para recolher os ovos, as chamadas bruxinhas (mops), musgos ou mesmo plantas flutuantes que possuam raízes longas.
Uma vez iniciada a desova, a fêmea pode desovar por dias seguidos, como os pais podem comer os ovos é importante retirá-los junto com a bruxinha assim que uma quantidade razoável for liberada pela fêmea.
A incubação dos ovos dura aproximadamente 2 semanas, ela deve ser feita separada dos pais, em outro recipiente com a mesma água do aquário dos pais, devidamente identificado com nome e data, e devem ser mantidos lá até a eclosão.
Os alevinos podem ser alimentados com náuplios de artêmias e microvermes no começo, posteriormente, conforme o desenvolvimento for ocorrendo, alimentos maiores podem ser oferecidos.
Com cerca de 4 a 5 meses de idade chegam à maturidade sexual e normalmente nascem mais machos do que fêmeas, estudos recentes mostraram que um pH mais ácido durante o desenvolvimento embrionário acaba por gerar mais fêmeas.
A seguir, uma sequência genérica do desenvolvimento embrionário dos ovos dos killis:

Tudo começa com estes minúsculos pontinhos escuros que mais tarde irão se desenvolver no corpinho do alevino

Com o tempo os órgãos vão tomando forma e os olhos já são visíveis

A cauda também toma forma e o sistema circulatóri fica cada vez mais perceptível

Pequenos pontos negros começam a aparecer perto da cabeça

Cada vez em maior quantidade

Nesta etapa a estrutura corporal se torna bem mais evidente, a nadadeira caudal e os olhos ganham mais destaque

O corpo está praticamente pronto, é bem fácil de observar o batimento cardíaco e o alevino já começa a se mexer dentro do ovo

Prestes a eclodir, aproveitando para dar uma "encaradinha" na câmera

A casca do ovo, deixada para trás

Tamanho mínimo do aquário: Para apenas um casal 20 litros, para aquários comunitários acima de 30 litros.

Outras informações: O gênero Rivulus é um dos mais antigos e espalhados entre os peixes da ordem Cyprinodontiformes da América do Sul, até janeiro de 2007 haviam sido descritas cerca de 130 espécies. São peixes não-anuais e todos possuem em comum a característica de conseguir sobreviver a baixos niveis de água pulando de corpo d' água em corpo d' água à procura de locais com melhores condições para viver (oferta de alimentos, proteção contra predadores, etc).

Esta espécie pertence ao subgênero Melanorivulus e já foi conhecido como sinônimo de Rivulus pictus. O nome científico é dividido em dois: gênero e epíteto específico, o gênero quer dizer "riacho" e o epíteto vem da língua Tupi, "apaima" que significa "linha" e "ici" que se refere ao formato das marcas, esta espécie está bem ameaçada na natureza graças ao avanço dos homens na urbanização das áreas.

A manutenção da espécie é fácil, entretanto, deve-se sempre lembrar de manter o aquário tampado para evitar que os peixes pulem. Quando mantidos juntos desde o nascimento a convivência é relativamente pacífica, mas se forem separados e depois reunidos novamente os machos podem se tornar agressivos, podem viver até mais de 2 anos quando criados em aquários!

Este casal foi presente de um amigo meu, também biólogo e aquarista, foram coletados na Bacia do Rio Paraná e, com certa relutância, aceitam esporadicamente ração industrializada. Adoram ficar nadando próximos às raízes de plantas flutuantes como Phyllanthus fluitans e Spirodela polyrhiza.


Cinthia Emerich

Bibliografia consultada:

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