01 outubro 2009

Campellolebias dorsimaculatus


Macho


Fêmea


Nome Popular: Spotted Pearlfish
Nome Científico: Campellolebias dorsimaculatus Costa, Lacerda & Brasil, 1989
Família: Rivulidae
Origem: Brasil / Endêmico das planícies costeiras do Sul e Sudeste
Sociabilidade: Casal / Trio ou sozinho
pH: 5.5 a 7.0
Temperatura: 22 a 28ºC
Dureza da água: Mole
Tamanho adulto: aproximadamente 4 cm
Alimentação: A base da alimentação deve ser, de preferência, com alimentos vivos (artêmias, daphnias, enquitréias, larvas de mosquitos) embora aceite ração.

Dimorfismo sexual: O macho é maior, mais colorido, apresenta nadadeiras mais compridas, ventre retilíneo e um pseudogonopódio. A fêmea é menor, possui o ventre roliço e as cores um pouco mais pálidas e nadadeiras menores.


Comportamento: Muito agressivos entre indivíduos da mesma espécie ou semelhantes.
Reprodução: O Campellolebias dorsimaculatus é um killi anual, na natureza desovam no substrato. As desovas ocorrem normalmente logo cedo pela manhã e no final da tarde, a coloração dos ovos é de âmbar bem suave, costumam ser bem rígidos e os não fecundados acabam sendo atacados por fungos e se tornam brancos.
Em aquários é comum usar, para recolher os ovos, substratos como turfa, côco em pó ou sphagnum. Eles podem ser espalhados por todo o aquário ou separados em pequenos potes, dentro dos próprios aquários, para facilitar a manutenção.
O macho possui uma estrutura na parte anterior da nadadeira anal, que é chamada de pseudogonopódio, utilizada para inseminar a fêmea, a fecundação é portanto interna. Todas as espécies deste gênero se reproduzem desta maneira peculiar aos killis em geral.
Uma vez iniciada a desova, a fêmea pode desovar por dias seguidos, como os ovos precisam passar por um período seco - chamado de diapausa - é importante retirá-los junto com a turfa assim que uma quantidade razoável for liberada pela fêmea.
Os ovos possuem uma membrana com pequenas estruturas filamentosas que são capazes de se aderir a partículas ficando assim praticamente "camuflados" aos olhos dos predadores, eles não devem ser expostos à luz forte.
A incubação dos ovos varia conforme a temperatura ambiente: 4 meses quando mantidos a 20ºC; 9 semanas quando mantidos entre 21 e 23ºC e 8 semanas quando mantidos em 24ºC. Ela deve ser feita separada dos pais, a turfa contendo os ovos deve ser seca e transferida para outro recipiente, devidamente identificado com nome e data, e mantida lá até a eclosão.
Os alevinos podem ser alimentados com náuplios de artêmias e microvermes no começo, posteriormente, conforme o desenvolvimento for ocorrendo, alimentos maiores podem ser oferecidos.
O crescimento é muito rápido e se receberem bastante alimento vivo durante esta fase, quando chegam aos 2 meses de vida já podem começar a reproduzir.
*Uma dica dada por um criador é que, se possível, é melhor manter o macho separado da fêmea. Isso porque ele é bem agressivo, então, aproveitando que a fecundação é interna, deve-se deixar o casal junto por 2 a 3 dias e depois separar, assim a fêmea não fica tão estressada e pode desovar por vários dias sem problemas.
A seguir, uma sequência genérica do desenvolvimento embrionário dos ovos dos killis:

Tudo começa com estes minúsculos pontinhos escuros que mais tarde irão se desenvolver em partes do corpinho do alevino

Com o tempo os órgãos vão tomando forma e os olhos já são visíveis

A cauda também toma forma e o sistema circulatório fica cada vez mais perceptível

Pequenos pontos negros começam a aparecer perto da cabeça

Cada vez em maior quantidade

Nesta etapa a estrutura corporal se torna bem mais evidente, a nadadeira caudal e os olhos ganham mais destaque

O corpo está praticamente pronto, é bem fácil de observar o batimento cardíaco e o alevino já começa a se mexer dentro do ovo

Prestes a eclodir, aproveitando para dar uma "encaradinha" na câmera

A casca do ovo, deixada para trás

Tamanho mínimo do aquário: Para apenas um casal 20 litros, para aquários comunitários acima de 30 litros.

Outras informações: Existem diferentes populações de C. dorsimaculatus, a cada uma é dado o nome do local onde foram coletadas para facilitar a identificação e evitar a mistura de populações diferentes. O nome científico é dividido em dois: gênero e epíteto específico. O gênero é em homenagem a Gilberto Campello Brasil, o ictiologista que descobriu o gênero pela primeira vez, em 1974 e o epíteto é dado por sua nadadeira dorsal (latim = dorsum) de coloração "manchada" (latim = maculatus) presente nos machos, esta espécie está bem ameaçada na natureza graças ao avanço dos homens na urbanização das áreas.

São encontrados em áreas de floresta primária, então não gostam de iluminação muito forte e, embora a faixa de pH seja um pouco ampla, devem ser mantidos em pH mais ácido. A água deve ser escura e o aquário deve oferecer abrigos para a fêmea poder evitar o macho quando necessário, lembre-se que são peixes bem agressivos!


Macho em aquário com plantas flutuantes (Phyllanthus fluitans) para atenuar a intensidade da iluminação

Os peixes do sexo masculino do gênero Campellolebias possuem a estrutura já comentada anteriormente chamada de pseudogonopódio, ela começa o nome com "pseudo" porque na realidade não é um gonopódio "de verdade", é uma estrutura formada pelos primeiros 2 ou 3 raios da nadadeira anal. Mas, diferente dos parentes distantes, a fêmea não guarda os ovos até que se desenvolvam completamente, ela os libera pouco depois de terem sido fertilizados.

Aparentemente, também é possível que as fêmeas consigam estocar o esperma dos machos por um certo período para fertilizar novos ovos produzidos posteriormente, li relatos de fêmeas que começaram a produzir e liberar ovos depois de 3 semanas de separação do macho. Apesar de tolerarem temperaturas mais altas é preferível manter perto dos 24ºC.


Cinthia Emerich

Bibliografia consultada:

3 comentários:

NaturePlanet disse...

Lindas fotos de desenvolvimento dessa espécie! Parabéns!

Xylema disse...

Eu nem sei o que dizer!

Obrigado!

O Sekai tem as melhores postagens da blogosfera brasileira na área de aquarismo.

Anônimo disse...

Cinthia como sempre ótimas fotos.

Jyin